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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

RESENHA: PROIBIDO (TABITHA SUZUMA)



Título: Proibido
Autora: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Páginas: 304
Ano: 2014

Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia? Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda sua riqueza, mistério e profundidade.

 “Como algo tão errado pode parecer tão certo?”
Eu sempre tinha ouvido ou visto um comentário e outro sobre esse livro, mas levei um tempo até ler Proibido por se tratar de um assunto polêmico. E por se tratar de um incesto, eu tinha consciência de que não seria uma leitura fácil e que eu iria sofrer. E sim, sofri. Demais!! Mas não me arrependo de ler. Acho que só mesmo lendo pra entender.

A história mostra a relação de Maya e Lochan, com narração de ambos. Ela, uma garota inteligente e amorosa. Ele um garoto brilhante e introspectivo. Com um pai que abandonou a família e com uma mãe completamente relapsa e alcoólatra, há muito tempo os dois irmãos mais velhos tomaram para si a tarefa de cuidar dos três irmãos mais novos e impedir que sua família se despedace.

Com todas as responsabilidades que precisam enfrentar e o apoio que só encontram um no outro, não foi difícil imaginar porque acabaram se apaixonando. E o sentimento de aversão pela relação dos dois que eu achei que talvez pudesse sentir durante a leitura, se transformou em empatia. E lamentei as dificuldades que tiveram de passar, me revoltei com a falta de afeto e atenção dos pais e sofri com a descoberta de um amor que embora genuíno, era considerado errado. Sofri junto com a consciência de que não poderiam ficar juntos, que seriam julgados pela sociedade, pelo sistema legal e que colocariam em risco a sua família.
“Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir.”
Me apeguei aos dois e ao amor que sentiam. Foi impossível não torcer pra que eles pudessem encontrar a felicidade em meio a tantos obstáculos. Foi uma leitura sofrida, regada à lágrimas e com um fim que me doeu como nunca. É difícil falar sobre ele sem soltar muitos spoilers. Inclusive, estou chorando neste exato momento enquanto escrevo essa resenha. Um dos livros mais difíceis que já li, mas que ao mesmo tempo me pergunto por que relutei tanto em começar a fazê-lo.

Se você ainda não leu esse livro por achar que ficaria horrorizado, não fique. A sutileza da escrita de Tabitha Suzuma e a sensibilidade com a qual a história é conduzida nos conecta com a dor dos personagens e o estranhamento inicial desaparece. Não é um livro fácil de ler. É doloroso, intenso e impossível de não chorar. Mas ainda assim indico, pois acho que nos faz refletir sobre questões que vão além do incesto. Acredito que seja uma leitura emocionante e válida. Foi um livro marcante pra mim e que tenho certeza que sempre vai ter um lugar especial na minha memória.
“No fim das contas, é o quanto você pode suportar, o quanto pode resistir. Juntos, não fazemos mal a ninguém; separados, nós definhamos.”

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